Na
última quarta-feira (26) o Professor Emérito da Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e primeiro Diretor da Faculdade de
Ciências Econômicas de Maringá (FECEM) José James da Silveira, concedeu entrevista ao Projeto desenvolvido
pelo Movimento de Educação para Além do Capital (MEK) em parceria com o
PROAÇÃO/UEM, que busca através de entrevistas relembrar a história da
Universidade, ouvindo aqueles que ajudaram e ainda ajudam a construí-la.
Acompanharam a entrevista, o Presidente e Secretário-Geral do
CAECO, Rafael Crozatti e Rafael Ninno, respectivamente. O vídeo será divulgado
nas próximas semanas. O Professor James, lembrou a trajetória da UEM que se
confunde com a própria história do curso de Ciências Econômicas e destacou as
vantagens da Autonomia Universitária, tema atual na Agenda do Ensino Superior
Público do Paraná.
O Professor chegou a hipotecar a própria casa para garantir a construção das primeiras edificações da UEM.
O Professor José James da Silveira, desde a Gestão 2012, presidida também pelo atual Presidente da entidade Rafael Crozatti, dá nome ao Centro Acadêmico de Economia (CAECO), que passou a se chamar Centro Acadêmico de Economia José James da Silveira (CAECO), sendo um dos maiores exemplos para os Estudantes do curso, o Professor foi homenageado pelo CAECO durante a II Semana da IntegrAção(Recepção aos Calouros), realizada em 2012.
O Professor chegou a hipotecar a própria casa para garantir a construção das primeiras edificações da UEM.
O Professor José James da Silveira, desde a Gestão 2012, presidida também pelo atual Presidente da entidade Rafael Crozatti, dá nome ao Centro Acadêmico de Economia (CAECO), que passou a se chamar Centro Acadêmico de Economia José James da Silveira (CAECO), sendo um dos maiores exemplos para os Estudantes do curso, o Professor foi homenageado pelo CAECO durante a II Semana da IntegrAção(Recepção aos Calouros), realizada em 2012.
História da UEM
(via ASC/UEM)
Maringá tinha apenas 23 anos de
fundação quando o governador, Paulo Pimentel, assinou, no dia 28 de janeiro de
1970, o Decreto Lei criando a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em 11 de
maio de 1976, quando Maringá acabava de completar 29 anos, outro decreto era
publicado, agora pelo Governo Federal. Era o decreto de reconhecimento da
Instituição.
Para quem não sabe, a Instituição foi
criada a partir de três faculdades isoladas – Faculdade Estadual de Ciências Econômicas, Faculdade de Direito e
Faculdade de Filosofia – e do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas.
Nos idos de 1967, esses três
estabelecimentos estaduais de ensino superior de Maringá ofereciam, no total,
sete cursos e já concentravam grande número de acadêmicos. E, nos bastidores,
as conversas em torno da fusão das faculdades já começavam a tomar corpo.
O primeiro a falar em público sobre o
assunto foi o economista Lauro Werneck, que era classificado como um sonhador.
O professor Ademaro Barreiros, outro entusiasta da idéia, chegou a idealizar
uma lista com dezenas de assinaturas cujo objetivo era desencadear um movimento
pró Universidade.
Contudo, a idéia começou realmente a se
definir quando, em junho de 1968, o prefeito Luiz Moreira de Carvalho
constituiu a Comissão de Planejamento da Universidade. Liderada pelo professor
Flávio Pasquinelli, a Comissão era composta pelos professores Ademaro
Barreiros, Oberon Floriano Dittert, José James da Silveira, Ricarte Oliveiros
de Freitas e os secretários municipais Renato Bernardi, da Educação e Cultura
e Sebastião Rodrigues Pimentel, da Saúde. Esse grupo de professores ficou
conhecido como grupo do ICET, sigla do futuro Instituto de Ciências Exatas e
Tecnológicas de Maringá.
No dia 2 de setembro de 1968, a Comissão
entregava ao prefeito Luiz de Carvalho, um anteprojeto de lei contendo 21
artigos. Era o embrião da Universidade. Depois disso, a comissão se desfez, mas
os professores não pararam de trabalhar.
Em fevereiro de 1969, Adriano Valente
assumia a prefeitura de Maringá. A expectativa era grande e Valente, convicto
de que uma universidade proporcionaria um salto de desenvolvimento a
Maringá e região, não decepcionaria. Poucos dias após a posse, o prefeito
criou o Grupo de Trabalho para a Implantação da Universidade.
Este novo grupo, presidido por
Pasquinelli, e integrado pelos mesmos professores, era mais completo, pois
possuía 9 conselheiros, tendo a frente Dom Jaime Luiz Coelho, uma Comissão Jurídica, liderada pelo
advogado e professor Horácio Racanello, uma Comissão de Obras, liderada por
Odilon Dittert, uma de Finanças tendo a
frente José James da Silveira e uma de Relações Públicas, comandada pela
professora Clarinha Brilman. Ao todo, eram 31 pessoas trabalhando nas comissões
ou como conselheiras com um único objetivo: estudar a viabilidade e lutar pela
implantação do Instituto Tecnológico, que serviria de base à concretização da
Universidade.
Naquele mesmo ano, durante as comemorações
do aniversário de Maringá, o governador Paulo Pimentel recebia um documento
elaborado pelo Grupo. Entre vários itens, ressaltava a importância de uma
universidade para a consolidação do desenvolvimento regional e solicitava a
criação de um Instituto Tecnológico que ofereceria novos cursos. Com isso o
Conselho Federal de Educação não se oporia à criação da Universidade.
No dia 6 de novembro de 1969 o Governo
do Estado autorizava a criação do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas,
o ICET que ofereceria os cursos de Matemática, Química, e as Engenharias Civil
e Química, em um prédio nos fundos do Instituto de Educação. O decreto de
criação da UEM, assinado dois meses depois, incorporava o ICET e as três
faculdades isoladas. A Universidade nascia oferecendo 10 cursos de graduação.
Formação do câmpus
Formação do câmpus
A Companhia de Terras Norte do Paraná, responsável pelo
planejamento de Maringá, havia reservado, em 1947, um local para a edificação
de faculdades, na planta do município. A área, doada à prefeitura, em 1964, era
um lote de terras contíguo ao Estádio Willie Davids, no entanto, a área era
pequena.
Havia ainda o plano diretor da cidade, de 1967, que previa
espaço para um Setor Universitário, nas proximidades do Cemitério Municipal.
Mas esta área ficava na periferia e também não atendia as necessidades de
espaço exigidas para a edificação do câmpus.
Diante do impasse, a administração municipal designou uma
comissão para estudar outros locais que pudessem abrigar a UEM. Depois de uma
busca por vários bairros de Maringá, que incluiu, entre outros, as zonas 4 e 5,
a comissão acabou optando pela Zona 7, tendo eleito uma área compreendida por
vários lotes da Gleba Patrimônio Maringá.
A área escolhida para o câmpus, fronteiriça à Avenida
Colombo, já contava com 11 edificações. Eram 7 casas de madeira, uma casa
popular e um salão comercial, demolidos conforme as desapropriações eram
realizadas, e outras 4 edificações em alvenaria: duas residências e dois
armazéns. As edificações em alvenaria foram aproveitadas e 3 delas existem até
hoje.
Quanto antes os cursos fossem agrupados no câmpus, melhor.
Desse modo, para atender as necessidades prementes, optou-se pela construção de
salas de aula no sistema pré-fabricado, além de mais barato agilizaria as
obras, que tiveram início em 1973.
O dinheiro para a
construção foi arrecadado por meio de financiamento bancário. Cal Garcia foi o
avalista da transação junto com o diretor financeiro, professor José James da
Silveira. Não havia outra opção, conta Silveira, que chegou a hipotecar a
própria casa como garantia.
Professores e funcionários também deram sua parcela,
contribuindo espontaneamente com a taxa do câmpus, instituída pela
administração. A verba se completaria com as mensalidades pagas pelos alunos,
que representava cerca de 20% da receita total da Universidade.
Na gestão Cal Garcia foram levantados quinze blocos
pré-moldados, além de três quadras esportivas, somando mais de 13 mil m2 de
construção. Conforme os blocos ficavam prontos, os cursos eram transferidos
para as novas instalações. Entre 1973 e 1974, a maioria dos alunos já estava
acomodada no câmpus.
A UEM começava a tomar jeito de universidade, embora a
paisagem local fosse outra, bem diferente da atual. Sem asfalto e circundada
por lotes rurais, poeira e lama se revezavam, conforme o comportamento do
tempo.
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