domingo, 8 de setembro de 2013

Federais criam cotas para pós-graduação




Após um ano da Lei de Cotas, universidades federais começam a reservar vagas para negros e índios também em mestrados e doutorados. Departamentos das Universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Brasília (UnB) desenvolvem políticas afirmativas na pós-graduação por iniciativa de professores e alunos.

A pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da UFRJ reservará o mínimo de duas vagas aos indígenas. Para negros, haverá nota de corte menor do que de outros concorrentes e adicional de 20% de vagas. Neste ano, nove candidatos já se declararam indígenas e 27, negros. Os primeiros cotistas devem começar em 2014.

Já na UnB, a reserva de 20% das vagas de mestrado e doutorado para negros foi aprovada em julho no Departamento de Sociologia. Uma comissão de professores e alunos tem até o fim de setembro para concluir a proposta, que ainda precisa do aval do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade. A expectativa é de que as cotas comecem a valer no início de 2015. Em Brasília, o curso pós-afirmativas ainda prepara negros para o mestrado e doutorado da UnB.
Autonomia

O Ministério da Educação não exige reserva de vagas na pós, mas cada departamento ou instituição pode fixar os critérios nas seleções. Um exemplo é a pós em Direitos Humanos da Universidade de São Paulo (USP). Desde 2006, um terço das vagas é separada para negros, indígenas, pobres e deficientes físicos. Na Universidade Estadual da Bahia, 40% das vagas vão para negros e 5% para indígenas em todos os cursos da pós desde 2007.

Para o especialista em educação Cláudio de Moura Castro, as cotas são injustas. “Na pesquisa, deve prevalecer a meritocracia, em que os candidatos atingem o nível exigido”, afirma. Já o coordenador da ONG Educafro, frei David Santos, diz que é preciso abrir mais portas da pós para excluídos. “A seleção sempre foi cheia de subjetividades”, diz.


Gazeta do Povo

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