Após um ano da Lei de Cotas,
universidades federais começam a reservar vagas para negros e índios também em
mestrados e doutorados. Departamentos das Universidades Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e de Brasília (UnB) desenvolvem políticas afirmativas na pós-graduação
por iniciativa de professores e alunos.
A pós-graduação em Antropologia Social
do Museu Nacional da UFRJ reservará o mínimo de duas vagas aos indígenas. Para
negros, haverá nota de corte menor do que de outros concorrentes e adicional de
20% de vagas. Neste ano, nove candidatos já se declararam indígenas e 27,
negros. Os primeiros cotistas devem começar em 2014.
Autonomia
O Ministério da Educação não exige
reserva de vagas na pós, mas cada departamento ou instituição pode fixar os
critérios nas seleções. Um exemplo é a pós em Direitos Humanos da Universidade
de São Paulo (USP). Desde 2006, um terço das vagas é separada para negros,
indígenas, pobres e deficientes físicos. Na Universidade Estadual da Bahia, 40%
das vagas vão para negros e 5% para indígenas em todos os cursos da pós desde
2007.
Para o especialista em educação Cláudio
de Moura Castro, as cotas são injustas. “Na pesquisa, deve prevalecer a
meritocracia, em que os candidatos atingem o nível exigido”, afirma. Já o
coordenador da ONG Educafro, frei David Santos, diz que é preciso abrir mais
portas da pós para excluídos. “A seleção sempre foi cheia de subjetividades”,
diz.
Gazeta do Povo
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