A acadêmica do 3º ano de Moda do campus
da UEM de Cianorte, Caroline Veronez, encontrou inspiração em um segmento muito
especial: a moda inclusiva. Foi após uma palestra realizada por Leny Pereira
Gonçalves, a pioneira em Cianorte em relação ao tema, que Caroline conheceu um
outro universo, distante das passarelas e dos balcões das lojas. “A professora
do Senai me ajudou a enxergar um público em potencial e esquecido pelo mercado
de moda, as pessoas com deficiência”, relembra Carol.
Na véspera do Dia das Crianças Carol foi
levar até a pequena Ludymila, 10 anos, com paralisia cerebral, um presente
personalizado. Foi a primeira vez que a garotinha usou um vestido ajustado às
suas medidas. “As alças e os elásticos são reguláveis, a Ludymila vai poder
usar a roupa por um bom período”, destaca.
“A paralisia cerebral atinge vários níveis, afetando os membros de modo diferenciado, de acordo com sua intensidade”, explica Carol. Por isso as medidas simétricas de uma roupa comum necessitam de readaptações para um cadeirante, por exemplo. É o caso de Thiago A. F. de Soti, de 17 anos, que nasceu com hidrocefalia.
“A paralisia cerebral atinge vários níveis, afetando os membros de modo diferenciado, de acordo com sua intensidade”, explica Carol. Por isso as medidas simétricas de uma roupa comum necessitam de readaptações para um cadeirante, por exemplo. É o caso de Thiago A. F. de Soti, de 17 anos, que nasceu com hidrocefalia.
A camisa é feita de tecido especial, com
fibra de bambu. Fria no verão e apta ao inverno. Os botões de pressão na gola e
laterais auxiliam no ato de trocar. A calça tem um tecido especial no abdômen e
o cós é ajustado em tamanhos distintos.
Carol levou cerca de três meses no
processo de criação, modelagem, protótipo e confecção das peças, após um ano e
meio de estudos teóricos e práticos. “É muito difícil trocar a roupa
dele, pois ele é bem pesado. O Thiago não levanta o braço, as pernas são
travadas. É um sacrifício danado”, conta a mãe do garoto, Maria de Fátima
Ferreira de Soti. “Minha filha só vive de moleton e roupas largas”, explica a
mãe de Ludymila.
Carol destaca que em termos de pesquisa
o Brasil é um dos países mais avançados. Mas que isso não se reflete no
mercado. “O custo é oneroso e o setor de confecções ainda não se voltou para
esse segmento”.
Ambas as mães entrevistadas foram
unânimes em afirmar que estariam dispostas a pagar mais por roupas que não
apenas vestissem, mas que se adequassem a seus filhos. No exterior, as griffes
portuguesa WeAdapt e a francesa A&K Classics já enxergaram esse
filão.
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