O governo do Paraná
precisou enxugar o plano de reformas em colégios estaduais no ano passado
devido ao atraso na liberação de empréstimos do Banco Mundial, dentro do
Projeto Multissetorial para o Desenvolvimento do Paraná. É o que aponta o
parecer prévio das contas do governador feito pelo Tribunal de Contas do Estado
(TCE). De acordo com o relatório, das 188 escolas que esperavam ampliações e
melhorias em 2012, somente dez passaram por obras e apenas 24 das 308 novas
salas de aula prometidas foram construídas. A Secretaria de Estado de Educação
(Seed) justifica que, sem o financiamento internacional, precisou reformular as
metas para execução com recursos próprios, o que tornou as obras menores e mais
baratas – até R$ 150 mil por escola.
Justificativa
A
Seed explica que as reformas do projeto Desenvolvimento da Educação Básica
não saíram do papel por causa da não liberação do dinheiro do Banco Mundial. Já
a construção de salas de aula era uma meta em convênio com os municípios e, por
isso, teve o ritmo prejudicado pelo período eleitoral. Sem o recurso esperado,
a secretaria também foi obrigada a redefinir as metas do Renova Escola, com o
repasse de verbas descentralizadas (até R$ 150 mil) para a realização das
obras.
Pela
nova meta, 350 colégios estaduais devem ser reformados até 2015, sendo 50 no
ano passado e 160 em 2013. No entanto, a Seed afirma que 174 unidades passaram
por melhorias no ano passado, num valor total de R$ 23 milhões. Somados os
recursos centralizados (acima de R$ 150 mil), foram 233 escolas, em 2012. A
previsão é que este ano se encerre com 441 escolas atendidas, com um repasse de
R$ 45 milhões. Atualmente, são 250 processos em fase de liberação.
Nesse
modelo, os recursos descentralizados são repassados diretamente às escolas, que
definem as prioridades. A licitação e a fiscalização das obras ficam sob
responsabilidade da escola, juntamente com a secretaria e o Núcleo Regional de
Educação. Contadas as pequenas reformas – com valor acima de R$ 15 mil –, a
Seed contabiliza quase 2 mil obras nos últimos dois anos. São 220 grandes
reformas, 60 novas escolas (30 já entregues) e 72 ampliações. Procurado pela
reportagem, o secretário de Educação, Flávio Arns, não quis se pronunciar.
Contas
públicas
Para economizar, Londrina corta hora extra de docentes
Juliana
Gonçalves e Fábio Calsavara, do Jornal de Londrina
A
economia nas contas públicas da prefeitura de Londrina chegou às salas de aula.
Cortes nas horas extras de professores provocaram o remanejamento de educadores
e o fechamento de bibliotecas e laboratórios de informática. Além disso, a
medida retirou da sala de aula, quase no fim do período letivo, professores que
acompanhavam os alunos desde o início do ano.
A
decisão chegou por meio de uma circular interna, na última sexta-feira, e pegou
diretores e professores de surpresa. De acordo com a diretora pedagógica da
Secretaria Municipal de Educação, Mariângela Bianchini, a necessidade da economia
foi detectada pela Secretaria Municipal de Fazenda, que decretou os cortes.
“Nossos gastos com horas extraordinárias já excederam o limite e, por isso, foi
decretado o corte e o remanejamento dos servidores”, explicou. Ela disse que os
professores auxiliares, que são responsáveis, entre outras coisas, pelas
bibliotecas e salas de informáticas, são os alvos desse corte.
Reação
Segundo
a secretária de Educação de Londrina, Janet Thomas, a medida não obriga nenhuma
escola a cortar serviços nas bibliotecas e as aulas de informática. A redução
nos gastos com horas extras, de acordo com ela, atingiu 51 professores. “Eles
ganhavam entre R$ 3,5 mil e R$ 4,9 mil. Cada um ganhava em horas extras o
suficiente para pagar quatro professores novos. É com isso que queremos
acabar”, disse. A medida, segundo ela, foi tomada após uma extensa avaliação.
Por
meio de seu perfil em uma rede social na internet, o prefeito Alexandre Kireeff
(PSD) admitiu que a mudança de professores a dois meses do final do ano letivo
não ocorreu no momento ideal. Ele ressaltou que determinou pessoalmente que não
houvesse interrupções nos serviços de atendimento a bibliotecas, serviços de
informática e contraturno.
Gazeta do Povo
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