Cinco
dos sete cursos da UEM avaliados no último Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade) alcançaram conceito quatro ou cinco, segundo resultado
divulgado na última segunda-feira (7) pelo Ministério da Educação (MEC). O
índice, que mede o rendimento dos estudantes quando ingressam na educação
superior e quando concluem seus cursos, varia de zero a cinco, sendo que o curso de Ciências Econômicas ficou classificado com o
conceito 3 (três).
O
Exame funciona em ciclos, avaliando os alunos com base nos conteúdos
programáticos dos cursos em que estão matriculados. A edição de 2012, divulgada
no último dia 7, concluiu o ciclo que abrange ciências sociais aplicadas,
ciências humanas e áreas afins; e os eixos tecnológicos de gestão de negócios,
apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design.
Apesar
das críticas que podemos ter a este modelo de avaliação, o Centro Acadêmico de
Economia José James da Silveira (CAECO), inseriu na pauta de sua próxima
reunião o resultado do Exame, para discussão e encaminhamentos.
Cerca de 30% dos cursos de ensino
superior avaliados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2012
apresentaram resultado insatisfatório, com notas 1 e 2 (de um teto de 5). O
Enade é um teste do governo federal que serve para avaliar redes de ensino,
públicas e privadas. A edição de 2012 avaliou 7.228 cursos de 1.646
instituições de ensino superior – participaram 536 mil estudantes concluintes,
do penúltimo e último semestre de seus respectivos cursos. A cada três anos, o
Ministério da Educação (MEC) aplica o Enade para um conjunto de cursos. Em 2012
foram dez de bacharelado e seis que conferem diploma de tecnólogo.
“Conseguimos que quase todos os
estudantes que estão sendo avaliados participassem da prova, o que é muito
importante para os seus respectivos cursos. O sistema avançou em direção à
qualidade, mais instituições, de forma expressiva, na nota 5, na nota 4, e na
nota 3. Ainda temos uma parcela de cerca de 30%, principalmente faculdade
isoladas, com nota insuficiente. Vamos ser rigorosos na exigência de
qualidade”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Em 2009, ano em que o mesmo grupo de
cursos foi avaliado, o porcentual de cursos com desempenho abaixo da média
(notas 1 e 2) foi de 24,9%. Para o ministro, no entanto, o aumento na
quantidade de cursos com desempenho insatisfatório deve-se à diminuição na
quantidade de cursos sem conceito avaliados pelo Enade: em 2009, 26,6% dos
cursos avaliados não apresentaram uma nota final, em virtude da não formação de
turmas ou boicote dos estudantes. A quantidade de cursos sem conceito diminuiu
para 1,8% na edição de 2012.
Os cursos que tiraram nota 1 e 2 poderão
ter seus vestibulares suspensos, observou o ministro. O desempenho global dos
estudantes no Enade (a prova e o questionário respondido pelos alunos) tem um
peso da ordem de 70% na avaliação final no Conceito Preliminar de Curso (CPC),
que é um indicador prévio da situação dos cursos de graduação no país. O MEC
pretende divulgar em novembro o CPC dos cursos que participaram do Enade 2012.
O Conceito Preliminar de Curso é composto por diferentes variáveis, como a
qualidade de infraestrutura, recursos didático-pedagógicos, corpo docente e o
próprio Enade.
A quantidade de cursos com conceito 5
(nota máxima) no Enade aumentou de 1,0% para 5,4%, entre 2009 e 2012. No mesmo
intervalo, os cursos com conceito 4 saltaram de 9,7% para 19% e os cursos com
conceito 3, de 37,8% para 43,9%.
Desempenho
132 cursos do Paraná ficam com nota baixa; dois são da UFPR
Jônatas Dias Lima
Dez cursos de instituições de ensino
superior do Paraná tiraram a nota mínima no Enade 2012, segundo o Ministério da
Educação (MEC). Outras 122 graduações do estado ganharam nota 2 e seis ficaram
“sem conceito” devido ao baixo número de alunos inscritos. Ao todo, 539 cursos
paranaenses foram avaliados. Desses, 27 tiraram nota 5. Entre as graduações com
nota 1 chama a atenção a presença de dois cursos tradicionais da Universidade
Federal do Paraná (UFPR): Direito e Publicidade Propaganda. Mas a pontuação
negativa não é reflexo de má qualidade, mas sim de engajamento político dos
estudantes. “É boicote. Nossos alunos boicotam o Enade em todas as edições.
Muitos entregam a prova completamente em branco”, explica o professor Luiz
Fernando Lopes, coordenador da Pós-Graduação em Direito da UFPR, dizendo que já
esperava a nota baixa. A recusa em participar do exame, segundo o docente, se
deve à tendência ideológica predominante entre os alunos, que são contrários a
qualquer tipo de sistema avaliativo e usam o boicote como forma de protesto
contra a suposta precarização da educação. Quanto às possíveis consequências
das notas baixas, como o cancelamento do vestibular, Lopes afirma que o MEC
está ciente desse tipo de manifestação e tende a relativizar os resultados.
“Eles sabem que não somos um problema”, diz. Em tese, após uma sequência de
três notas baixas o MEC faz uma visita para avaliar as instituições com
desempenho ruim.
Gazeta do Povo
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