O dia 27 de Agosto ficou marcado na história do Centro Acadêmico de Economia.
A exatamente um ano (27 de Agosto de 2011) a entidade, após ouvir os estudantes de Ciências Econõmicas da Universidade Estadual de Maringá - UEM, toma uma decisão importante, a de APOIAR FORMALMENTE o Movimento de Ocupação da Reitoria da UEM, Manuel Gutiérrez.
Postura que garantiu "respaldo aos acadêmicos do nosso curso em todo o desenvolvimento da manifestação, ocupação e posteriores".
O CAECO esteve presente em toda a construção do Movimento que culminou na Ocupação da Reitoria, sendo que seus Diretores e diversos acadêmicos do nosso Curso atuaram desde o primeiro dia nas Comissões que organizaram o processo de permanência no prédio da administração da Universidade, bem como se faziam presente durante o dia e a noite, participando das atividades, cooperando e integrando a grande Família que ali se formava.
A opção por formalizar uma Carta de Apoio foi tomada em razão da necessidade de defender os acadêmicos do Curso em eventuais processos posteriores.
Na segunda-feira dia 29 de Agosto de 2011, a Carta foi entregue para o então Chefe do Departamento de Economia e hoje Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas- CSA, Professor Nilmen Salles. Na oportunidade, o Centro Acadêmico - Gestão IntegrAção 2011, informou ao DCO a sua adesão formal a Movimento de Ocupação e se responsabilizou pela participação dos acadêmicos do Curso de Ciências Econômicas. Na Reunião de Departamento posterior (com todos os Professores do DCO) a Carta foi lida.
Junto com a Carta, foram recolhidas centenas de assinaturas dos acadêmicos do Curso, que apoiaram fortemente o Movimento. Cumpriu-se um rito importante da história do CAECO.
Diariamente, representantes do Centro Acadêmico passavam nas salas de aula informando aos acadêmicos todo o desenrolar do Movimento e seus próximos passos. No fim da tarde e começo da noite foram realizadas Assembleias de Curso dos Acadêmicos de Ciências Econômicas, com o intuito de reforçar a cada dia o apoio a Luta que se travava, em defesa da Educação Pública, Gratuita e de Qualidade!.
Neste um ano de muita Luta do Movimento Estudantil da UEM, muito foi conquistado, a principal conquista foi um processo de Mobilização dos Estudantes de uma forma que não se via mais na UEM e que dura até hoje.
Alguns Blocos de aula foram contruídos, os recursos para as Bolsas foram mantidos e ampliados para 2012, a Bolsa Alimentação foi criada, recursos para investimentos vieram, o corte de 2012 do começo do ano foi em grande parte revertido, rúbricas específicas para os Cursos novos foram criadas, dentre tantas outras conquistas, resultado da nossa Mobilização (que contribuiu decisamente para isso) e ganhou a força da Comunidade Acadêmica e Externa.
Falta muito, é verdade, muitas Pautas ainda não foram atendidas, bem como se mantém o grande corte de verbas de 2011, e muitas outras surgiram, reflexo de uma política de Governo que sufoca as Universidades públicas do Estado, contudo, estamos preparados para qualquer Combate. Estamos Jun@s!!!
Grandes ATOS, em Defesa da Moradia, da Educação, da Saúde, do Respeito às Diferenças, etc... ganharam força dentro da UEM, graças ao forte Movimento Estudantil que aqui se formou.
O Centro Acadêmico de Economia José James da Silveira se orgulha de ter feito parte deste momento tão bonito e importante e esteve todos os dias ao lado do Movimento Estudantil neste último ano.
Aprendemos a Lutar!!! e muito conquistamos!!!
graças ao Movimento de Ocupação da Reitoria da UEM!!!
Levantamos a cabeça hoje com Orgulho de dizer: Fizemos parte e Manuel Gutiérrez VIVE!!!
OCUPAÇÃO DA REITORIA DA UEM
por Rául Durlo
Manuel Gutiérrez, presente!”.
Entre os dias 25/08 e 02/09/2011 a reitoria da UEM foi ocupada pelos estudantes da Universidade e nós, alunos do curso de Ciências Econômicas da UEM, estivemos presente.
O movimento de ocupação foi um ato político, por meio do qual, mediante a ocupação do espaço público da reitoria, nós estudantes buscamos chamar a atenção do Governo Estadual, que efetuou um corte de 38% da verba de custeio da UEM para 2011.
O corte de tais recursos resultou na paralisação imediata de obras em andamento no campus, sendo também completamente contraditório com o atual ritmo de expansão pelo qual passa a universidade1. Além disso, há a necessidade de melhoria da infraestrutura já instalada e do avanço de políticas de assistência estudantil (se é que elas existem!). Isso tudo se torna evidente quando, por exemplo, observamos as filas do R.U., ou a necessidade da “bolsa-trabalho” para suprir o déficit de servidores (será que uma “bolsa-pesquisa” não seria melhor para os estudantes?) ou ainda na situação precária em que se encontram os campi regionais e alguns setores do campus sede...
Mas a ocupação também não ocorreu da noite para o dia (como foi com o corte de verbas...). Antes do movimento de ocupação, nós estudantes nos organizamos, debatemos e estudamos o assunto para exigir formalmente a reversão do corte e, na ausência de respostas objetivas, tanto da reitoria quanto do Governo Estadual, foram organizadas duas passeatas que contaram com massiva participação dos estudantes de toda a UEM. O esgotamento das vias formais de negociação e a crescente insatisfação dos estudantes deram, portanto, o precedente à ocupação da reitoria, que ocorreu sem que houvesse depredação do patrimônio público e sem que houvesse uso de violência por parte dos estudantes2. A Ocupação da Reitoria se repercutiu em todo país e dezenas de entidades, inclusive internacionais, enviaram moções, cartas, charges e vídeos de apoio3.
Como os Estudantes de Economia da UEM se organizaram para participar da ocupação? Além da participação nos C.E.E.B’s4 junto aos demais Centros Acadêmicos e estudantes da UEM, o CAECO puxou assembleias internas com os estudantes de Economia, onde decidiu-se pela adesão aos protestos e pela passagem em sala de aula para colher assinaturas dos alunos que apoiaram a ocupação e às reivindicações dos estudantes.
Durante a ocupação, iniciou-se um intenso processo de negociação entre estudantes e autoridades envolvidas. Os estudantes entregaram uma pauta de reivindicação, que além da reversão do corte de verbas deveriam contemplar com outras medidas de melhoria na Universidade, como a construção de R.U nas extensões da UEM e a construção da Casa do Estudante (a pauta completa e os prazos de seu cumprimento estão disponíveis no blog do Centro Acadêmico de Economia). A ocupação foi, portanto, vitoriosa e o papel dos estudantes agora é cobrar o cumprimento dos prazos e ficar de olho nos ataques que ainda podem vir.
Nenhum direito a menos! ! Estamos de olho nos prazos!
1. Nos últimos anos foram abertos novos cursos na UEM e a demanda pelos serviços da Universidade aumentou sem que houvesse ampliação de sua capacidade.
2. O uso da violência é creditado à reitoria, que agrediu estudantes com armas de choque.
3. Os estudantes chilenos, que atravessam um período de intensa luta contra a privatização do ensino, nos enviaram vídeos de apoio. O 1° dia da ocupação na UEM também é marcado pelo assassinato covarde do estudante chileno Manuel Gutiérrez Reinoso, de 15 anos, que foi baleado no peito, à queima-roupa, pela polícia local em um dos protestos no Chile – por este motivo, o movimento de ocupação da UEM foi denominado “Manuel Gutiérez”.
4. O CEEB é o Conselho Estudantil de Entidades de Base – é a instancia máxima deliberativa dos estudantes da UEM e nele se reúnem a gestão do DCE e os CA’s. O CEEB pode ser puxado ou pelo DCE ou por 1/3 dos CA’s em atividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário