O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Celso José da
Costa, abriu, na noite de ontem (24), a 2ª Jornada do Curso de
Pedagogia a Distância da UEM, no Núcleo de Educação a Distância (Nead).
Ele pediu mais "engajamento" da sociedade para melhorar a Educação
Básica no Brasil. Segundo ele, existe um "fosso" entre os resultados da
pesquisa e da Educação Básica que pode ser diminuído com mais ênfase na
formação de professores.
"O desafio da formação de professores para a educação básica é
enorme", classificou. Até 2014, será necessário investir R$ 1,08 bilhão
para formar 332 mil professores no país. Quase metade desse grupo (46%)
estudará a distância.
Celso José da Costa é matemático. Foi coordenador do Curso de
Licenciatura em Matemática a Distância da UFF, relator da comissão que
criou a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e diretor de Educação a
Distância da CAPES.
Esta edição da jornada, com mais de 1,5 mil inscritos, traz à tona
esse e outros importantes temas para pedagogos em 38 minucursos, como a
violência nas escolas e tecnologias da educação. As aulas são
transmitidas aos participantes via web.
No evento de abertura, o coordenador do curso de Pedagogia a
Distância, professor Jorge Cantos, e a Diretora do Nead, professora
Maria Luisa Furlan Costa, exaltaram os avanços da jornada, que registrou
o dobro de inscritos, em relação ao ano passado. Destacaram, ainda, a
importância da integração entre os cursos ofertados na modalidade a
distância e presencial. Os estudantes acompanharam a abertura na plateia
ou ao vivo, pelo sistema de webconferência, nos 22 polos espalhados
pelo Paraná.
Básico X pesquisa
"A educação (básica) é a prima pobre", considerou Costa, comparando-a
com a pesquisa nacional. "Apesar de o Brasil ser o 13° em pesquisa no
mundo, ser o 50° na educação é um fosso", completou. Segundo o docente,
houve um salto no desenvolvimento científico, que começou na década de
1950, graças à Capes e ao CNPQ.
Os esforços para acelerar o desenvolvimento da educação, porém, são mais
novos, como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(Pibid) e o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), da Capes, e o
Plano Nacional de Educação, que vigorará entre 2011 e 2020.
O plano tem pontos "exequíveis" e "utópicos", segundo o professor.
Ele ressaltou, contudo, o benefício da utopia à sociedade. Um exemplo de
passo possível do PNE é ter 75% de mestres e doutores no Ensino
Superior. Já a Meta 17, de valorizar o magistério, pode esbarrar no
orçamento apertado dos governos. Para elevar os salários dos professores
em R$ 1 mil, calculou, seria preciso que a participação da educação no
PIB saltasse dos atuais 6% para 12%.
Ele lembrou, no entanto, que tramita no Congresso projeto de lei que
amplia esse percentual para 10%. O dinheiro extra sairia do recebimento
de royalties da exploração de petróleo do Pré-Sal. "(para ser um bom
professor), Só a vocação não nos leva a frente (...) Precisamos gostar e
conhecer mais do que temos que ensinar, e gostar de ensinar".
Na abertura da Jornada de Pedagogia, o reitor foi representado pela
pró-reitora de Ensino, Ednéia Regina Rossi. Também participaram da
cerimônia: a diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
(CCH), Nerli Nonato Ribeiro Mori; o chefe do Departamento de Fundamentos
da Educação, professor Henrique Manoel da Silva; a professora Tânia dos
Santos Alvarez da Silva, representante da chefia do Departamento de
Teoria e Prática da Educação; a coordenadora do curso de Pedagogia
presencial do câmpus-sede, professora Heloisa Toshie Irie Sato; e a
coordenadora do curso de Pedagogia presencial do câmpus de Cianorte,
professora Eloisa Elena Silva.
Na sexta-feira (26), a professora do programa de Doutorado em
Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Gláucia da Silva
Brito, encerra a jornada com palestra sobre a tecnologias na educação.
via UEM
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