“Maringá
está triste e o Paraná também pela morte do reitor da UEM gestão 1974 a 1978, o
professor Rodolfo Purpur”. Desta forma, o atual reitor da Universidade, Julio
Santiago Prates Filho, abriu a reunião do Conselho Universitário (COU), na qual
anunciou oficialmente luto de três dias e solicitou aos membros do Conselho
respeitar um minuto de silêncio.
Pupur faleceu no dia oito de junho de 2013, sábado, e foi
sepultado no domingo, dia nove, no Cemitério Parque de Maringá. Segundo o
reitor Julio Prates Filho, “certamente a cidade de Cambará, sua terra natal,
sente a perda de um de seus mais ilustres filhos. Cidadão Benemérito de Maringá
desde 2007, deixa também para nossa cidade o orgulho de considerá-lo
Maringaense de coração, posto que praticamente toda sua vida assevera o imenso
carinho que nutria por Maringá”.
Purpur estava internado desde o último dia 23 no Hospital
Paraná, depois de ter sofrido um AVC. Completaria 81 anos em novembro, escreveu
sua história com respeito, com dedicação, com engajamento nas maiores questões,
com a força que caracteriza os homens à frente de seu tempo.
Foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Maringá
de 1967 a 1968 e compunha até hoje seu escalão superior como Membro Nato. Foi,
ainda, o primeiro tesoureiro do Country Club de Maringá, procurador Geral do
Estado do Paraná junto ao Tribunal de Contas. Exerceu a função de reitor da
Universidade Estadual de Maringá de 1974 a 1978, em uma época de extrema
estruturação da educação e da sociedade brasileira, deu ao termo “magnífico”
como os reitores são chamados, uma conotação bem mais humana e próxima de sua
história de vida, sempre pautando-se na realização, na construção e na
valorização da UEM. Quando assumiu a Reitoria, em outubro de 1974, Purpur
deparou-se com a Universidade envolta numa séria crise financeira. Grande parte
das dívidas tinha origem na edificação do câmpus, que acabaria por esgotar a
capacidade de endividamento da Instituição. Ele procurou fazer coalizões
externas com empresários, clubes de serviços e líderes comunitários. O objetivo
era sensibilizar o governo sobre a necessidade de verbas para a Universidade.
Na reunião do COU, o membro do Conselho e
professor do departamento de História da UEM, Reginaldo Dias, lembrou que,
naquela ocasião, Purpur chegou a tomar uma atitude radical de dizer que
entregaria a chave da Universidade ao governador, caso ele não resolvesse as
questões necessárias ao funcionamento da Instituição.
A mobilização das lideranças deu resultado e, em 1975, o Estado
assumia as dívidas. Até o final de sua gestão, Purpur buscou mecanismos que
proporcionassem o equilíbrio financeiro, preparando a Instituição para um novo
momento, o da consolidação da UEM.
“Quanto mais eu pesquiso, mais tenho a certeza de que os
primeiros administradores desta universidade tiveram muita ousadia. Administrar
uma universidade na década de 70 no Paraná era uma tarefa difícil. Só com muita
ousadia de conseguia tirar as coisas do papel e transformá-las em realidade. Só
homens ousados como Pupur poderiam ter iniciado a trajetória exitosa da UEM,
tensionando a legalidade nos momentos em que isso foi necessário”, destacou
Dias.
Antes do início da reunião do COU, o atual reitor encaminhou uma
mensagem à assessoria de comunicação UEM dizendo que, como “titular da
disciplina de Direito Financeiro e Tributário, certamente os ensinamentos de
Pupur tornaram-se alicerce de diversos juristas pelo Brasil afora. Obrigado
Professor Rodolfo Purpur por ser um dos alicerces, um dos pilares da
Universidade Estadual de Maringá. Que seu exemplo de vida e sua seriedade em
todos os trabalhos desenvolvidos seja um farol para todos nós que
compartilhamos sua trajetória”, completou Prates Filho.
Para a vice-reitora Neusa Altoé, a morte de Purpur deixa uma
lacuna irreparável, pois o ex-reitor é parte da construção desta trajetória de
sucesso da UEM, especialmente quanto ao fato de a Universidade ter ajudado, na
região, o processo de interiorização e alavancagem do crescimento e do
desenvolvimento econômico, social e cultural.
UEM
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