segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Carta aberta do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá Ao Exmo. Senhor Governador Carlos Alberto Richa:




Maringá, 09 de fevereiro de 2012.

Carta aberta do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá
Ao Exmo. Senhor Governador Carlos Alberto Richa:

Temos a convicção que somente através de uma educação pública, gratuita, de qualidade e laica, acessível a 100% da população, conseguiremos criar as bases para uma sociedade mais justa, livre e igualitária.
Infelizmente a realidade social brasileira ainda está muito distante daquela que almejamos, somos a 6ª maior economia do mundo com 6 milhões de miseráveis, o professor brasileiro recebe o 3º pior salário da categoria no planeta, nosso IDH é inferior à países como o Uruguai, Chile e Argentina.

Reafirmamos o nosso compromisso com um modelo melhor de sociedade, lutando, primordialmente, pela Educação como ferramenta de construção deste futuro. Para nós, estudantes, a Educação não é apenas mais um serviço a ser prestado por qualquer instituição, pública ou não. Educação é um Direito!


Porém, desde o início de 2011, sentimos na pele um intensivo sucateamento da Universidade Estadual de Maringá, que vai contra o crescimento da demanda de estudantes. Isso ficou claro quando, em resposta ao corte que já veio desde final de 2010, o Movimento Estudantil realizou um “pula-catraca” no Restaurante Universitário (R.U), devido as condições precárias que este se encontrava, e assim permanece: sucateado.


Fica evidente para nós que a política adotada - pelo governo estadual - prioriza o privado em detrimento do público. Subsidia-se milhões em uma empresa privada como a Coca-cola, sob a justificativa falaciosa de geração de empregos, enquanto o setor público sofre com a falta de servidores. Além disso, corta-se 15 % de cada secretaria, isto é, 15 % da SETI e 15 % da SEED, totalizando 30% de corte na educação paranaense.

As condições se agravaram e novamente nós, estudantes, fomos atacados, com propostas de redução de valor de bolsas, falta de equipamentos, falta de professores e servidores técnicos, etc., o que culminou em outra ação direta, desta vez com repercussão nacional (e podemos afirmar, até internacional): o Movimento de Ocupação da Reitoria – Manuel Gutiérrez, a maior ocupação de reitoria da história da nossa Universidade; onde, em um ato em defesa da Educação Pública, paralelo à reunião entre nossos representantes e o secretário Alípio Leal, levamos mais de 2 mil pessoas às ruas.
Construímos neste movimento, uma Pauta de Reivindicações – em anexo a esta carta – que foi acatada pelo secretário da SETI, Alípio Leal, assinando assim o compromisso com nossas demandas.

Entretanto, o ano de 2012 iniciou-se bastante contraditório às promessas do Governo do Estado. Fomos surpreendidos com mais um corte absurdo no orçamento da UEM, unimos, então, novamente nossos esforços para que nenhum direito dos estudantes fosse comprometido. Apesar da afirmação em reverter o corte no orçamento, igualando-o com o do ano anterior, sabemos, por experiência, que o orçamento de 2011 é insuficiente para as atuais carências desta Universidade. Por experiência, também sabemos que sempre que há contenção de gastos na universidade, os estudantes se tornam os maiores prejudicados.

Exigimos, portanto, que o governo cumpra com as obrigações firmadas com a comunidade universitária através da assinatura de nossa pauta de reivindicações. Exigimos também que o governo vá além, queremos mais investimentos, mais assistência estudantil, mais bolsas pesquisa, mais blocos, mais salas de aula, mais laboratórios bem equipados, mais professores, professores bem pagos, mais servidores, servidores bem pagos.

Educação deve ser mais que prioridade,
Educação é um Direito!

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